Projetos ativos

Brasil

O objetivo do projeto do Mecanismo de Doação Dedicado aos Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Quilombolas do Cerrado (DGM Brasil) era fortalecer o engajamento dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (Indigenous Peoples and Traditional Communities, IPTCs) do bioma Cerrado em programas orientados para o FIP, REDD+ e mudanças climáticas semelhantes em nível local, nacional e global; e contribuir para melhorar a subsistência, o uso da terra e o manejo florestal sustentável em seus territórios.

  • Entre abril de 2015 e janeiro de 2022, o DGM Brasil financiou 64 subprojetos em 10 estados do Cerrado e 85 municípios. Esses subprojetos se concentraram na restauração do ecossistema com espécies nativas do cerrado, no apoio ao processamento e comercialização de produtos de pequena agroindústria da sociobiodiversidade do cerrado, na vigilância territorial e na gestão ambiental, na produção agroecológica, no fortalecimento da produção artesanal, no turismo de base comunitária e no fortalecimento institucional da organização. Dos 64 subprojetos, 36 eram liderados por indígenas, 15 eram liderados por comunidades tradicionais e 13 eram liderados por quilombolas. Um total de 11.041 mulheres foram envolvidas e 13 subprojetos foram especificamente liderados por mulheres. Um total de 34.780 membros da comunidade estiveram diretamente envolvidos neste projeto, incluindo 9.925 jovens e 3.326 idosos. Outro resultado fundamental desse projeto foi que 6 milhões de hectares de área foram conservados sob a gestão de povos do cerrado.

Para saber mais sobre o DGM Brasil, visite o site: https://www.dgmglobal.org/brazil.



Destaque do projeto

Uma atividade econômica importante para as famílias quilombolas da comunidade Pontinha no cerrado brasileiro é a produção e comercialização de celulose. No entanto, essa atividade estava sendo comprometida, uma vez que as famílias envolvidas não estavam atendendo às condições sanitárias e aos padrões de mercado para que seu produto circulasse no mercado. Por meio do processo de subprojeto do DGM Brasil, a comunidade apresentou uma proposta e foi selecionada para implementar seu projeto intitulado “Processamento e comercialização de produtos da sociobiodiversidade”.

Este subprojeto apoiou a comunidade na aquisição dos equipamentos necessários para a produção de polpa de frutas nativas do cerrado em quintais familiares. Isso alterou radicalmente a forma de produção da polpa, que antes era produzida por famílias individuais e não atendia às exigências do mercado ou às condições sanitárias, agora a polpa é produzida de forma comunitária e atende aos padrões do mercado, bem como às exigências ambientais e sanitárias.

Além disso, foram realizados estudos ecológicos sobre boas práticas de manejo e extração de outros frutos (cagaita e araticum), bem como estudos de viabilidade para a comercialização desses frutos no mercado, visando diversificar e aumentar a produção e escoamento; e comercialização e disseminação dos produtos em feiras. A produção de polpas produzidas dentro das exigências do mercado e das condições sanitárias possibilitou alcançar um mercado mais exigente e, assim, um maior volume de produtos comercializados, aumentando a geração de renda das famílias. A experiência de fortalecimento do quilombo agroextrativista da Pontinha tem produzido resultados para a comunidade, ao potencializar, diversificar e comercializar a produção, além do Instituto Sustentar ter conseguido obter aprovação para financiamento adicional por meio de um doador diferente, o que dará continuidade às ações realizadas por esse subprojeto. Este subprojeto contribuiu substancialmente para a subsistência das famílias envolvidas, com a instalação e operação de uma fábrica de processamento de frutas para produtos do cerrado.

© Leo Lopes

© Leo Lopes

“Uma das maiores conquistas dentro do DGM foi que conseguimos trabalhar com mulheres porque as mulheres, especialmente nas comunidades, não veem a importância de ser uma mulher quilombola, de ser uma mulher indígena, de ser uma mulher extrativista. O DGM não nos traz apenas dinheiro, mas traz para as comunidades a consciência de que a comunidade é capaz de gerenciar seus próprios recursos".

– Lucely Pio, membro do GSC do DGM Brasil